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QTV065 — ACELERO

by Crizin da Z.O.

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1.
É o mundo se acabando junto com o fim da linguagem sigo me deslocando só com o valor da passagem somelier de subúrbio veio e tomou sacode tamo sem paciência bando de superhomem Quer reverência? Seu tilt, não fode é zona oeste fudendo teu bonde Geral bonito e cheio de ódio Bota tua cara que é certo o b.o. Tu tá contente, tá? Tá diferente vai chegando o fim macetando a tua mente
2.
Eu não vou ficar aqui esperando explodir Tanto tempo reprimindo o desejo de ver tudo explodir só uma bomba nessas horas localizada no peito um clarão luminoso no horizonte do desejo não existe mais trem-bala quando a morte manda um beijo eu não vou ficar aqui encarando esse abismo eu já cansei do fim do mundo e agora eu quero o que sobrou Tudo calmo, apesar de tudo (Saskia) Costume ocidental costurada com durex arma a granel, o pente passou no pix putin la, puta aqui, vão perder o rolex harmonização social, vai correr do brics Sacolé gourmet com salgado árabe allah nu ile, oxalá na cruz velocidade da luz sabiá nos urubus fogo no hijab África no tiktok
3.
De repente 03:33
Praticamente qualquer canetada que eu dou fala de tempo ou fala de espaço tenho falado menos sobre -- já que eu não tenho peito de aço playboy pergunta se lá é Rio vim da puta que te pariu vinte vinte, três Brasil até que eu tenho minhas base flow tortinho de sacanagem aqueci- aqueci- a- aquecimento das menina tecnologia da China agora tem câmera em toda esquina se for Big Brother eu tô tipo Tina tecnologia menina aquecimento lá da China tem porquinho nessa pista chapadão de ketamina Tu tá maluco? respeita o bonde marolando dentro do vagão desde a Central até Campo Grande Praticamente qualquer canetada que eu dou fala de treta ou fala de amor quando eu tô triste eu fico engraçado geral percebeu como eu ando bolado fazer o que se eu tava coringado? tempo ao tempo é o papo tranquilão é a meta quem que aperta? flow tortinho poesia concreta Tu tá maluco? respeita o moço que ultimamente tá osso
4.
Bom do tempo é que ele passa ruim do tempo é que ele passa no barulho do relógio tac, tik tok o peito ritminho que te amassa Eu vou tacar minha paz de avanço que se foda esse mundo já falei que eu tô de ranço marolei, dormi profundo na Brasil tava pegado ouvindo Funk-U na rádio sequência de esculacho na cara desse safado foi dentro dessa cidade que eu descobri a maldade sequência de esculacho na cara desse safado Demônio do Rio da Prata vai tocando a revoada diretão de Santa Cruz só na Central que ele para
5.
Só batebolão
6.
Calicando visu bolero de rebite estampa de bicho no peso do kit na cara um espelho pra te ver sorrindo chip na minha mente ai que batebola lindo Só batebolão arrastando a condução máximo respeito, cultura de pai joão Confeta, olha e baba é preta a festa da carne subúrbio que faz bem feito tamborzão, festa da carne
7.
Território 02:44
Pinto o que dá com a paleta que tenho coisa que eu penso que vira desenho muita coisa, tudo muito hoje o centro tá o mundo foda que ele faz macete destino de vagabundo muito tudo tá tendo gosto de veneno coração tranquilo camiseta do flamengo Só que tem bad que é diferente tipo quando tu sonha com dente eles caindo na tua frente daí tu acorda falando de repente: "caralho, eu sonhei com dente" Aquele dia foi um dia desses... Tenho pensado muito sobre território e como eu me comporto em cada território às vezes eu não to bolado, eu to só pensando mas depende muito do território Queria um rolé tranquilo no calçadão de Bangu dia de carnaval é foda tentação é um absurdo gringo que cantou de galo vacilão tomou no cu quando eu retomei o foco tava dentro do metrô com cinquenta conto que ele praticamente emprestou
8.
Eu te olhei mais uma vez antes de entrar no uber Que bom que eu olhei Como eu banco esse meu medo? desejar envolve tempo e as neurose que aprisiona é o aposento do desejo Lembrando da sua sarrada debaixo dos arcos da Lapa eu vou sofrer por nós dois Acho que eu preciso de tempo mesmo isso sendo um sofrimento e se eu voltar pra terapia domingo é jogo do flamengo
9.
Simulado 01:37
É tudo simulado Simulando algo simulando tudo simulando tudo simulando algo é tudo performado é tudo simulado não é um julgamento ético de fato enquanto eu escrevo, eu tô projetando esse personagem que é simulado simulando algo simulando tudo simulando tudo simulando algo é tudo simulado almoçando firme porque é mais barato algum processado que simula frango simulando algo simulando tudo simulando tudo simulando algo é tudo simulado
10.
Ainda é domingo não dormi só mais um na Terra que vaga Só mais um dia, olho cansado joelho, suco, metrô lotado ouve um disparo, corre pro lado Tanta ideia que às vezes as ideia me chama na ideia Mal eu pisquei e já é madrugada 99 ou pernada? vai depender da disposição dessa garotada Grammy latino ou luta armada? vai depender da disposição dessa garotada (jhon douglas) Volta por cima da mão de roça Cidade que ensina o que mais se coça Existe quem insiste na sua praia Siga! De ponta em ponta tapando buraco Pintando de fogo na ponta do taco Sinuca de bico nessa bagalhoça Vida!!! Girumba
11.
Graças a Deus acabou meu pacote de dados deixei o radinho e saí saindo na rua das flores eu fiquei bolado com as cores ali pelo Maracanã é preciso cuidado mesmo sem câmera, é tudo um filme ainda acho a memória uma ilha gosto de pensar tipo Bruno Henrique: sempre que eu via esse filme, eu não via Graças à deus hoje pingou o dote graças à deus acabou meu pacote de dados interessante que eu fale de deus prova a magia e o poder da linguagem já que eu não sinto minha alma tão braba Graças à deus acabou meu pacote de dados graças à deus hoje pingou o dote
12.
O fim Dois 02:44
Direto do início tudo atravessa o fim percorrendo o caminho volto pra dentro de mim Tudo que eu escrevi vai acabar de encontro a mim na Conde do Bonfim lembrei da faixa Movimento "Quer sofrer? Toma toma" ramal da Supervia tá saindo às oito horas se tu tem coragem então é melhor tu ir agora quer brincar? passa a bola bondinho de Campo Grande trajadão de batebola Direto do início tudo atravessa o fim percorrendo o caminho volto pra dentro de mim Sol rajando a carne se tu fica de marola bondinho de Campo Grande trajadão de batebola Eu vi um drone voando em cima do meu quintal imaginei acoplado com duas parafal pra que que serve essas coisas se não pra fazer o mal? eu perguntei pra inteligência artificial
13.
Colapsado 02:56
Tu sabe que eles mentem e eles sabem que tu sabe quem foi que te mandou tu confiar no homo sapien pode perguntar no privado pra qualquer um ninguém tá acreditando no século xxi Colapsado, segue o baile quero que se foda, me pague O ódio é um afeto que eu passo no mastercard domingo eu tô tirando pra poder chorar até tarde às vezes eu tô sonhando tipo no VRChat no mapa da zona oeste soltando Pipa Combate Hoje eu tô tipo Mark Fisher mas confesso que nem li frase pica de Harari no garrancho do Dall-E no mapa da zona oeste soltando Pipa Combate skin de neopentec antes que alguém me mate Tão ritmado, estética é o ópio mais uma chance de fechar negócio
14.
Acelerado 03:47
Tudo calmo apesar de tudo calos nos dedos mas julgado vagabundo tô na minha era otaku Akadindo deu o papo HunterxHunter é muito brabo vejo desenho pra ficar calmo mas às vezes eu vejo acelerado às vezes eu vejo tudo acelerado Às vezes eu vejo tudo acelerado e eu sigo vendo tudo acelerando Acho que o que eu preciso é de um esculacho às vezes eu vejo tudo acelerado Come e acha gostoso caco de vidro da Garoto nesse futuro esquisito do playboy Carlos Pilotto nessa hora diria aquele menino novo: "Nem litros de veneno me fariam mais morto" daí tudo volta pro mesmo papo: "Acho que o que eu preciso é de um oitão" Esquece o oitão, eu sou artista talvez no mundo da imaginação vou te matar entrando pela vista acho que o que eu preciso é de encostar na minha raiz E atenção hipster branco o próximo que chegar perguntando se nóis vende droga ou se tamo portando vai tomar logo é no meio do crânio e eu me pergunto o que foi que eu fiz? acho que o que eu preciso é me afogar na minha raiz roots, bloody roots Às vezes eu vejo tudo acelerado e eu sigo vendo tudo acelerando

about

Crizin da Z.O. é um projeto que toma a urgência do funk carioca como ponto de partida para criar paisagens sonoras caóticas, atravessadas por nuvens de timbres eletrônicos, experimentações percussivas, texturas e sonoridades que cruzam os territórios do samba ao rap, do punk ao gabba, da música do Oriente ao pagodão baiano. Formado pelos cariocas Cris Onofre (FORADECOMPASSO), Danilo Machado (AKADINDO) e pelo paranaense Marcelo Fiedler, Crizin da Z.O. chega ao seu quarto álbum, ACELERO, cantando o sentimento irônico de fantasiar e anunciar o fim do mundo enquanto ele acontece. Repletas de malícia e ironia, suas letras projetam na mente do ouvinte a ruína cognitiva do mundo conectado, a luta contra as câmeras de vigilância, a vala comum dos aplicativos, o mundo se acabando junto com o fim da linguagem. Festa da carne em um mundo colapsado: segue o baile.

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Crizin da Z.O. is a project that works with the urgency of carioca funk as a starting point to create chaotic soundscapes, mixed with clouds of electronic timbres, percussive experiments, textures and sounds that cross territories from samba to rap, from punk to gabba, from Oriental music to “Pagodão Baiano”. Formed by the “cariocas” — Rio de Janeiro natives —, Cris Onofre (FORADECOMPASSO), Danilo Machado (AKADINDO) and Marcelo Fiedler from Paraná, Crizin da Z.O. releases their fourth album ACELERO, singing the ironic feeling of fantasizing and announcing the end of the world as it happens. Nasty and sharp lyrics that project into the listener's mind the cognitive ruins of the connected world, the fight against surveillance cameras, the apps mass grave, the world coming to an end along with the end of language. Flesh feast in a collapsed world and the dance goes on.

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ACELERO fala principalmente sobre sentir saturação dentro de um cenário que nos obriga a estar sempre correndo. A estafa de fantasiar e anunciar o fim do mundo enquanto ele acontece. Agora o papo é, infelizmente, mais direto e violento.

Obviamente também fala sobre retorno. Depois de um bom período no sul do país, voltamos a compor, produzir, gravar e principalmente morar e viver no caos sistêmico da cidade do Rio de Janeiro. Não é à toa que a figura do trem e seu trajeto voltam à cena, não é à toa que o desejo de ver tudo explodir e o medo do mundo lá fora voltam ao meu papo e eu tenho ciência disso. Sigo acreditando que arte é também registro.

Por isso filmo e edito na ilha da minha mente os símbolos e personagens que passam por mim, junto com eles, testemunho as várias nuances do fim à minha frente, do Evangelistão Neopentec à entrega do espírito e da carne em fevereiro.

Estamos cansados de tentar, porém não sabemos fazer outra coisa.

Cris.
Dez. de 2023.

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ACELERO (to accelerate) speaks mainly about the saturation and tiredness feelings within a scenario that forces us to be always running. The fantasizing struggle of announcing the end of the world as it happens. Unfortunately nowadays the speech is more direct and violent.

Obviously it also talks about returns. After a great period at Brazil's south region, we've returned to compose, produce, record and live mainly at Rio de Janeiro's systemic chaos. It's no surprise that the train and its routes returns to the scene, as it's not for nothing that the idea of seeing everything explode and the fear of the outside world returns to the lyrics and I'm aware of it. I continue to believe that art is also a sort of registration.

Therefore I film and edit on my mind's island the symbols and characters that pass by me. Alongside with them, I witness the end's various nuances in front of me from Neopentecostal Evangelism to the spirit and flesh surrender in February (Carnival).

We are tired of trying but we don't know how to do anything else.

Cris.
Dec 2023.

credits

released January 18, 2024

Produção: Marcelo Fiedler
Co- produção e mixagem: Danilo Machado
Master: Renato Godoy
Beats: Danilo Machado, Marcelo Fiedler, Cris Onofre
Percussões: Danilo Machado
Baixos, guitarras e backing vocals: Marcelo Fiedler
Letras e vocais: Cris Onofre
Violão na faixa 14: Danilo Machado
Bateria na faixa 1: Iggor Cavalera (gravado no home studio em Londres)
Voz e letra e participação na faixa 2: Saskia (gravado no home studio em São Paulo)
Voz e letra e participação na faixa 10: Jhon Douglas (gravado no home studio em Lisboa)
Programação Visual: Lucas Pires
Produção QTV Selo: Mariana Mansur, Bernardo Oliveira e Luan Correia

Tudo gravado e mixado em nossas casas, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

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